Pensei ter esquecido o caminho até este lugar, lugar que por um bom tempo habitei, me reinventei e cheguei a amaldiçoar enterrando as dores passadas.
Pensei que não voltaria a pisar neste chão ao qual arrastei moveis, baguncei e ordenei cada momento uma nova bagunça, ao meu gosto é claro!
Mas numa noite escura e solitária como esta me pus a andar, andar sem destino, sem planos... e tantos passos dei sem grandes planos ou se quer um mapa desenhado em minha mente, apenas dei um passo após o outro e quando me dei conta aqui estava! Surpresa, olhei ao redor e pude ver minha ultima "arrumação", muito pó junto com amargura desde a ultima vez que coloquei meus pés nesse local. E hoje não muito diferente, o sentimento é parecido, coração negro ditando meus movimentos, mesmo não sendo o mesmo motivo da ultima vez, estou aqui para jogar coisas no chão, puxar os lençóis que um dia foram brancos e hoje ganham um tom pastel, também aproveito as velhas latas de tintas e as abro, taco nas paredes como se preparasse uma arte moderna.... tanta desordem para simbolizar minha desordem e minha eterna guerra.
O silencio ainda me deixa surda e ferida, - cade?
Posso procurar esperançosamente, mas no fundo sei que de nada adianta... pois não vou encontrar, estou presa nisso e ninguém pode jogar a corda e se tentarem, será como armadilha para eu mesma me enforcar. Me iludi esperando bondade e sinceridade daqui ou de qualquer outro canto, a realidade me abate e me mostra o quão amargo é o sabor da vida e do futuro que me espera....
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