segunda-feira, 3 de setembro de 2012

a noitada.

Entre mesas, músicas do bom, velho e clássico rock, estranhos e copos estava. Não me importava com gritos e gargalhadas escrachadas, palavrões e barbados tatuados, até me sentia em casa, mesmo no meio de pouca limpeza, muito álcool e um entra e sai infernal, pouco ligava, minha atenção estava voltada para aquela garrafa, a qual namorara a noite toda antes de três outras. Num canto mais escondido, perto do balcão com iluminação falha me mantive, bloqueada pela longa franja vermelha caída sobre meus olhos borrados e um capuz mantendo o mistério sobre o resto do conjunto. Apenas acompanhada dos meus conflitos internos e o copo. A música parecia boa, dando a trilha daquela noite, não me sentia ameaçada por não ser barbada, sabia onde estava e que ali ninguém me importunaria. A cada copo a consciência parecia mais distante, levando consigo o que me irritava e incomodava, logo os sorrisos e risos interiores pareciam menos tímidos e o consolo grudado como minha sombra. Aproveitei o momento, fiz dentro de mim euforia e o tal do carpe diem brotar como filosofia daquela noite. As palavras pareciam sair mais rápidas do que meus pensamentos e antes que me entendesse nem mesmo sabia com quem falava, só consigo me lembrar que ria com tal liberdade que ha um bom tempo não fazia.... A noite foi ficando esquecida, que só me lembrei dela até aqui e também agora pouco me importa como foi que apareci na minha cama de pijamas, nem sei se queria ter saído daquela noite, pois hoje tudo parece igual, menos risonho, mais problemático e irritante, felicidade ilusória que durou apenas algumas horas e agora voltou a realidade acompanhada de uma bruta dor de cabeça, mas compensou, compensou me libertar desse mundo por algumas horas e fingir que na verdade tudo é um circo, alegre, colorido, engraçado, cheio de simplicidade e leveza!





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