Estou cansada, realmente cansada de mascaras, ha um bom tempo renunciei o cargo de observadora que tudo vê e tudo desvenda, desisti de ler a alma das pessoas, vesti meu manto da preguiça e agora me permito ver o que querem me mostrar, sem mais tentar perceber se realmente é a verdade ou não.
Cansei de jogos escorregadios, de tanta manipulação... estendi a bandeira branca pondo fim aos jogos e do outro lado do tabuleiro estendi a bandeira negra, matando o que estava me matando, num ato de salvar-me dos fantasmas decidi que era hora de parar, apontar o gatilho na direção onde os sons me ensurdeciam, fechei meus olhos e simplesmente apertei o gatilho. Não quis ver onde acertei, se foi letal ou se jorrou sangue, não quis me sujar dessa vez, não quis participar muito de perto, sempre me sujei, tentando salvar afogados de areias movediças e tantas outras armadilhas, muitas vezes quase fui puxada para a armadilha junto, mas dessa vez me acovardei..... de repente fiquei mais esperta e permiti que cada um caminhasse com suas próprias pernas e eu trilhasse para algum caminho só, buscando um luz em meu caminho sombrio.
Não sei onde vai dar esse caminho e nem se haverá luz ou mais escuridão, tudo tão incerto quanto o tiro de misericórdia que deveria ter dado em mim, mas preferi dar no que me assombrava.
Se tiver que cair no buraco.... deixe-me, pois sou um caso perdido, não ha salvação e não quero sua ajuda e nem a de mais ninguém, se tiver que sobreviver... será ao meu modo, por si só.... vc já fez de mais, todos fizeram, me arrancaram sorrisos e depois meu sangue, usaram, abusaram.... e sem mais nem menos, como um brinquedo que perde a graça e é esquecido numa prateleira, fui esquecida, adormecida sob os lençóis que o roxo tomou conta.
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