quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O funeral.

Preciso gritar, mas me sinto sem voz, quero esmurrar paredes, sacudir alguns que não veem que a vida é mais do que o que há em volta dos seus próprios umbigos. Estou tão cansada, tão cansada que nem uma gota de lagrima consigo produzir, por dentro tudo esta devastado num misto de escuridão, trevas e vazio... como pode bagunça e nada ocupar o mesmo espaço?
Por que quando parece que estou lá a frente, parece que volto 10 passos para trás?
Há tanto a ser dito, mas ninguém quer ouvir, ninguém quer me ver, ninguém que me sentir.... Entendo... é mais fácil, é melhor acreditar no que os seus olhos veem, acreditar numa mentira bonita do que na realidade obscura!
Estou enfurecida, será que se for agressiva cairá na realidade e ver o quão imatura é? E egoísta?
Pode parar um pouco de olhar pra si mesma e prestar atenção em mim que incessivamente estendo as mãos para que me ajude? Não, você não é capaz, você mesmo quando quer me ajudar, faz errado, aponta o dedo em minha cara e me critica, me julga, mas jamais entenderá o que sinto..... sei que quer meu bem, mas não sabe como amenizar minhas angustias.
Vejo tanta coisa errada, tanta coisa me massacrando, me matando mais um pouquinho que consigo avistar a pouco meu funeral.
O que vocês querem de mim? Será que alguém aqui realmente se importa com minha dor? Pelo menos respeita? Será que alguém aqui se preocupa de fato? Será que alguém consegue ver o quanto já morri?
Já nem sei se há jeito para evitar o inevitável... -preparo meu vestido negro favorito para o grande evento.



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