quinta-feira, 23 de agosto de 2012

a peça.

Apagam-se as luzes, fecham-se as cortinas e enfim posso desfazer o sorriso, relaxar os músculos do rosto e permitir que no meu esconderijo, ali no escuro o ar da melancolia ressurja sem timidez. É, é mais fácil forçar risos e contar fatos engraçados, demonstrar a alegria que me falta ao interior .... é mais fácil e simples dizer "tudo ótimo" do que ser honesta e me abrir, odeio ser invadida por estranhos, mesmo que amigáveis, - é difícil confiar a terceiros seus fantasmas pessoais! - é complicado e horrível ter que contar seus problemas e pior, ter que ouvir julgamentos ou um sorrisinho que demonstra que a preocupação era falsa, que não entendeu nem meia palavra de minhas angústias.
Prefiro deixar o mar rolar no escuro, solitária, na certeza que em pouco tempo estarei pronta para o próximo espetáculo.
Deixem as luzes voltarem a serem acesas, a cortina tornar a subir e desfilarei lindos e simpáticos sorrisos acompanhados de olhares vivos ao lado dos meus colegas de cena. Estarei pronta para o próximo espetáculo, demonstrando a capacitada atriz que posso ser aos olhos da maioria e apenas um ou outro notará que ao fundo do brilho do meu olhar, o que faz ele brilhar são as lagrimas seguradas esperando a próxima pausa.


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